Entrevista com Marco Alemar e Caio Paes de Andrade.

Achamos uma entrevista com Marco Alemar e Caio Paes de Andrade, os criadores de Pixcodelics e decidimos postar aqui.

As perguntas são feitas por pessoas diferentes.

Marco e Caio:
Boa noite a todos! É um prazer estar aqui para falar de Pixcodelics. Vamos falar dessa nova animação! Mandem suas perguntas!

Juju:
Como vocês começaram a criar os personagens?

Marco:
Juju, tivemos a ideia de usar os emoticons da internet e criar uma história em cima disso. São figuras da internet e do computador.

Clara:
Em quem vocês se inspiraram para criar o desenho?

Caio:
Não tem uma pessoa específica. O desenho tem uma estrutura clássica de animação para crianças de 8 a 12 anos, com amplitude pra mais novos e mais velhas. É inspirado na velha história do vião que quer dominar ao mundo, mas trocamos o mundo pela internet.

Luisa:
Qual a faixa etária que o desenho atinge?

Caio:
Luisa, prioritariamente o público de 8 a 12 anos, que é um dos públicos que o cartoon atinge mais profundamente. Mas tem apelo para um público mais novo e mais velho também.

Lord:
Como é o desenho? Conta pra gente.

Caio:
Lord, tem um vião, o Dr. Ping, um cientista egocêntrico, que acha que é o mais inteligente do mundo e quer dominar a internet. É um ser que veio do futuro. E ele encontra amigos de uma cidade de qualquer lugar do mundo: Pix, Mary Chat, Nerd e Hack. E Pix tem um cachorrinho chamado @. A eles é dado superpoderes para lutar contra Dr. Ping. Ele tem um gato, o Catzlock.

Florzinha:
Demora muito pra fazer um episódio? Eles duram quanto tempo?

Marco:
Florzinha, cada episódio tem 5 minutos de duração. Fazemos quatro capítulos (20 minutos de animação por mês).
Caio:
No começo só fazíamos 5 minutos por mês. Animação tem essa curva, começa devagar e depois consegue-se fazer mais rápido.

Wedge:
Oi… Eu assisti o desenho outro dia e vi que o Dr. Ping dá muita risada. Ele tem algum problema com isso? Porque ele ri tanto assim?

Caio:
Porque todo vião ri! E ele é um vilão de bem com a vida, porque ele está quase conseguindo o objetivo dele.

Lulu:
Existe alguma semelhança de Katslock com o gato Gargamel?

Caio:
Lulu, dada a minha idade avançada, não tive a oportunidade de conviver com o gargamel :) acho que ele tem mais a ver com o cachorrinho do Dick Vigarista.

Lulu:
Como e onde posso ver Pixcodelics?

Caio:
Lulu, na Cartoon Network. Passam 4 capítulos em horários diferentes todo dia. Mas todo sábado ao meio-dia estréia um capítulo novo. E são 65 capítulos.

Florzinha:
A Disney tem bonecos, cadernos e etc… Vocês também vão fazer?

Caio:
Florzinha, se vocês assistirem bastante, vamos! Faz parte de qualquer animação hoje em dia ter uma parte das receitas vindas de licenciamento.

Dani: Por que os personagens foram “criados” com caracteres do computador? De quem foi a ideia?

Marco:
A ideia foi nossa. É pra remeter mesmo à internet. Usamos várias maneiras de escrever que não são comuns.
Caio:
Acreditamos mesmo que a Internet vai mudar o mundo. E se um vilão tomar a internet, a humanidade vai ter problemas. A nossa ficção precisava de respaldo de design. E os emoticons são o cúmulo da expressão da emoção usando símbolos. Os internautas os criam porque perceberam que uma frase pode ter mil sentidos quando escritas, e os emoticons eram necessários.

Rocker:
Vocês tiveram que passar por muita burocracia da emissora americana ou bastou resolver os problemas com os locais?

Caio:
Rocker, não existe burocracia. O que existe é exigência de qualidade. O Cartoon tem um padrão de qualidade. O que houve foi um processo de conquista de confiança com o canal. Falamos com o time dos EUA e do Brasil. Todo mundo cooperou e gostou do desenho.

Hacker:
O Dr. Ping é uma evolução dos hackers?

Caio:
Hacker, não. Mas você vai ter que acompanhar mais pra descobrir quem é o Dr. Ping.

Wedge:
O Pix vai conhecer o Dexter algum dia? :-)

Marco:
Wedge, essa daí só o Cartoon pra responder.
Caio:
O Pix tem 3 horários na agenda do canal. É só o Dexter falar com ele que a gente tenta encaixar. :)

Lulu:
Pixcodelics é só em português?

Marco:
Lulu, não. Tem em português, inglês e espanhol, são 3 dublagens.
Caio:
É o 1º desenho produzido no Brasil que estreou numa plataforma pan-regional do Cartoon (AL e Caribe).

Patricia:
Qual a sensação de ver uma criação de vocês estarem sendo vista por milhares de crianças de diferentes nacionalidades?

Marco:
Patrícia, pra mim é uma responsabilidade. São cerca de 10 milhões de crianças. Queremos passar uma boa mensagem, que elas entendam os valores transmitidos no desenho.

Wedge:
Seria Dr. Ping parente distante de Bill Gates no futuro? Já que vocês falaram de alguém que quer conquistar a Internet…

Caio:
Wedge, agora você está chegando mais perto… :)

Wedge:
Agora, um desenho brasileiro com nome estranho assim não fica meio esquisito (estou ouvindo o áudio e notei como você falou o nome).

Caio:
Wedge, a gente acha um monte de coisa esquisita… Mas concluimos que a única forma de amarrar o universo da internet com o nosso universo e o das crianças era por meio de uma coisa psicodélica. Daí este trocadilho – psicodelia do pixel. Tinha também o desafio de buscar um nome internacional, porque nunca fizemos o desenho só para o Brasil. O desafio era passar pro Japão o que a gente pensa, já que sempre foi o contrário.

Walt Disney:
Como é o processo de criar os enredos dos desenhos? Nos próximos episódios veremos situações típicas da internet?

Caio:
Sim, vocês verão situações da internet, em que ela o fio condutor da história. Mas com esse nick você entende mais de animação que a gente, não precisa perguntar!

Wedge:
Quanto o desenho brasileiro evoluiu de Cassiopéia até Pixcodelics?

Marco:
Cassiopéia foi um dos 1ºs filmes feitos em computador. Foi na mesma época de Toy Story 1. Fizeram muito bem com os recursos da época. De lá pra cá, os recursos aumentaram muito, baratearam. A evolução técnica é grande, e tiramos proveito disso. O desenho foi projetado para escalar toda essa produção.
Caio:
E é difícil de um desenho envelhecer.

GUTO:
A produção do desenho envolve quantos profissionais??

Caio:
Temos só na produção 25 pessoas. Nos negócios, são 5 pessoas. 30 no total.

Hacker:
Não existem muitos desenhos brasileiros, muito menos passando na Cartoon. Como isso foi possível?

Caio:
Hacker, desde o começo tínhamos o objetivo de passar na Cartoon. Concebemos para ser um produto global. Produzimos com qualidade, criatividade e fizemos o trabalho negocial, de mercado. Não é fruto do acaso, mas do planejamento. Eu sempre digo: dá o mesmo trabalho de construir uma hidrelétrica.

Jpdalves:
Vocês poderiam fazer um filme, ou uma série maior dos Pixcodelics?

Marco:
Jpdalves, podemos sim. Se as pessoas assistirem muito, com certeza vamos fazer outras coisas. Temos inspiração, vontade de experiência pra isso. Aliás, o filme que estamos pensando é sensacional! :)

Patricia:
Qual é a parte mais esteressante de todo o processo, da criação a exibição?

Caio:
A parte mais estressante é aguentar o Marco!
Marco:
É um trabalho que pouca gente tem, mas amamos fazer. Temos prazos restritos para cumprir, mas o stress é absorvido.
Caio:
Duas coisas mais importantes num capítulo de Pixcodelic: 1- Quando nos reunímos com o roterista, a Tetéu Queiroz, e mostramos pros clientes; 2- E a colocação da trilha, feita pelo Michel Freidenson.

Curioso:
Como é o processo da produção gráfica da animação? Quais são as etapas?

Marco:
Curioso, depois do roteiro, produzimos storyboards, para distribuir os takes pelos animadores. Cada filme tem de 45 a 60 takes. Sempre experimentamos em cima do storyboard, o animador faz seu trabalho criativo. Com as tomadas animadas a gente renderiza, ou seja, transforma em imagens num programa 3D. Montamos em sequência e damos saída no filme final. Daí mandamos pro Michel pôr a trilha, e por fim a dublagem.
Caio:
Vale dizer que depois do roteiro mandamos já as falas pros dubladores. E as dublagens em lip sync (sincronização) são feitas até o final.

GUTO:
Essa é a primeira produção de vocês, ou vocês estão nesse ramo a muito tempo???

Caio:
Guto, a MOP Brasil Digital é uma empresa que existe há 10 anos. O Marco já fazia animação para publicidade em Salvador. Nos conhecemos desde os 15 anos de idade. Sempre fizemos coisas juntos. Temos outro parceiro de longa data, o Adriano Carvalho. Daí decidimos que não íamos mais trabalhar com publicidade, e com com séries para a TV. O processo durou 3 anos.

Rocker:
Vocês tiveram medo de incentivar o uso excessivo da internet pelas crianças ao fazer o desenho ou nem pensaram nisso?

Caio:
Rocker, achamos que o uso da internet é uma coisa boa, e que tudo em excesso na vida sobra, como diz a minha avó! Não achamos que o desenho incentiva o uso, apenas conscientiza sobre a importância da web para a humanidade.

Lulu:
Vocês falaram sobre a parte estressante, e qual a parte mais divertida?

Caio:
Também é trabalhar com o Marco!
Marco:
O mais divertido é ver no ar, claro.
Caio:
Me divirto com o Dr. Ping, as pontuações da trilha, a postura feminina da Mary Chat, com tudo.

Ric@rdo:
Quem fez as vozes dos personagens??

Caio:
Não vou lembrar todos, mas no Brasil a dublagem é da BKS. Tem a Daniela, uma das donas da empresa de dublagem, que dubla o Catslock. Nos EUS, quem dubla em inglês e espanhol é a produtora Et Cetera. Para o espanhol eles tem um estúdio na Venezuela, porque dizem que os venezuelano é o espanhol mais neutro da Améria Latina.

Hacker:
Vi o Pix no final da semana na televisão e ao saber que é um desenho nacional, me interessei ainda mais. Como foi a repercussão disso na mídia, Cartoon e principalmente nas crianças?

Marco:
Hacker, a repercussão foi sensacional. Esperamos muita resposta do site também.
Caio:
É só ver que estamos aqui na UOL! Outra resposta é o nosso site, www.pixcodelics.com. O site tem uma ferramenta chamada Pixtar Creator, com a qual o internauta pode fazer um personagem com letras, números e símbolos. Se ficar legal, ele pode até aparecer no desenho! É bom para as crianças: a primeira animação a gente nunca esquece :) Hoje, já temos mais de 1.500 Pixtars criados. E o site ainda está em evolução. Eu mesmo só criei 5 até agora :)

Lulu:
Os Pixcodelics vão crescer e virar adolescentes? Tem chance de ter Pixcodelics redux?

Caio:
Lulu, mais uma vez a resposta é: só se vocês assistirem bastante e tivermos uma boa audiência.
Marco:
Temos planos para aumentar tudo, queremos fazer uma indústria disso.

Rocker:
O que vocês acham da expre~ssão dos desenhos animados japoneses (animes)?

Marco:
Como tudo tem uma coisa ruim, mas tem coisas boas. Eles se expandiram porque produzem muito e muito rápido, pe uma indústria forte lá. Queremos fazer algo parecido.
Caio:
Sou fã deste garoto de “speed racer”. Também gosto de “Pokemon”, “Yu-gi-oh”. Quando uma coisa captura muita gente, acho que ela é boa – a voz do povo é a voz de Deus.

Ana:
Em quais países vocês mais gostariam de ver o Pix passando?

Caio:
Ana, onde ele vai passar mesmo. 1º no Brasil, óbvio, até para os nossos sobrinhos e parentes verem. Também nos EUA, Canadá, Inglaterra, Alemanha e Japão.

Power:
Além da internet, quais as influências de vocês em termos de animação?

Caio:
Pra mim é “Tom e Jerry”, “Beep Beep”, “Corrida Maluca”, “Johhny Quest”, “Speed Racer”, “Jetsons”.
Marco:
Dos atuais, todos da Pixar, “Monstros S.A”. Dos animes, adoro “Naruto”. Da Cartoon, “Garotos do Bairro”, “Dexter”, todos!

Thiago:
Eu vi o desenho e gostaria de saber pelo que eu vi o vilão é o Ping (é isso, né?)… Gostaria de saber se haverá outros vilões como nas Meninas Super Poderosas por exemplo ou se é apenas esse?

Caio:
Thiago, a mente vilã é sempre do Dr. Ping. Inclusive ele cria pequenos vilões – mas não tão grandes quanto ele. Tem um episódio chamado “O poder do Spam”, que é muito legal, deve passar daqui a 2 ou 3 semanas.

Caio:
Minha mensagem é AHUHA!, que é o grito de guerra dos Pixcodelics.
Marco:
Que todos assistam o programa, estamos muito felizes de chegar aqui.
Caio:
Quem quiser nos mostrar um desenho animado, conte com a gente, é só nos contactar pelo website www.pixcodelics.com! Sábado, ao meio-dia, no Cartoon Network. Obrigado!



Anônimo disse...

boa a entrevista !

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